quinta-feira, 6 de março de 2014

9 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE CERÂMICAS E PORCELANATOS

Se você está em dúvidas sobre qual destes revestimentos escolher, leia as informações a seguir e inspire-se em cinco ambientes. 

NA HORA DA COMPRA Qual a diferença entre porcelana e porcelanato?
A cerâmica tradicional é composta de uma mistura de argilas que passa pelos processos de prensagem ou de extrusão e é queimada a até 1 150 0 C. Depois da prensa, as placas são secas e podem receber esmalte (decoração). Se elas forem extrudadas a vácuo, retira-se o excesso de umidade da massa, facilitando a criação de formas diferenciadas. Já o porcelanato tem materiais mais nobres (como o feldspato), queimados a temperaturas superiores a 1 200 0 C. Ele é tecnicamente superior, pois oferece elevada resistência mecânica, química e baixa porosidade (menos suscetível a manchas).

- Que tipos de porcelanato existem?
O técnico (com superfície polida ou natural) tem absorção de água menor ou igual a 0,1%. No esmaltado, esse índice é menor ou igual a 0,5%. Quanto mais baixo for o número, menor a porosidade e maior a resistência mecânica e à abrasão. Esse é o caso dos técnicos, divididos em dois grupos. “Nos semipolidos, ou acetinados, o processo não chega ao polimento completo, portanto não há brilho”, explica Lilian Lima Dias, do Centro Cerâmico do Brasil (CCB). Já os polidos trazem um brilho que oferece a sensação de amplitude, mas são mais escorregadios. Esse tipo tem maior suscetibilidade a manchas se comparado aos anteriores. “Em sua superfície pode existir microporosidade, que surge pela ação do polimento”, diz Eduardo Quinteiro, do CCB. Se a ideia for comprar uma peça rústica, tanto os técnicos quanto os esmaltados dispõem desse acabamento. “Ele oferece maior resistência ao escorregamento, mas dificulta a limpeza”, alerta Ana Paula Menegazzo, do CCB.

- O que usar em cozinhas e banheiros?
Primeiro, é preciso saber o significado de coeficiente de atrito (marcado na embalagem), que mede a resistência ao escorregamento. Quanto maior ele for, mais rugoso é o revestimento. Em locais internos sujeitos ao contato com água, a norma brasileira recomenda coeficiente de atrito igual ou maior que 0,4. Em áreas externas molhadas com rampa, prefira cerâmicas com coeficiente de atrito superior a 0,8.

- Como eleger uma peça durável?
Para que cerâmicas ou porcelanatos sejam duráveis, a escolha tem de ser adequada às solicitações de uso do local. “A especificação correta está relacionada a propriedades como absorção de água, resistência a cargas, entre outras”, esclarece Ana Paula, do CCB. Associa-se erroneamente a qualidade do produto com a resistência à abrasão do esmalte (PEI). “Ele não garante a durabilidade da peça, mas pode ser um recurso para a especificação correta com relação ao tráfego de pessoas”, diz ela. Em salas e cozinhas de alto tráfego, eleja PEI igual ou maior que 4. Num banheiro, com trânsito baixo de pessoas, basta PEI igual ou maior que 2.
INSTALAÇÃO SEM ERRO

- Como preparar o contrapiso e a impermeabilização?
Cerâmicas e porcelanatos exigem contrapiso nivelado. Quanto maior o formato da placa, mais atenção ao nivelamento da base. Em geral, a massa deve ter traço de 3:1 (três partes de areia e uma de cimento) para ficar com uma consistência média, nem pastosa nem arenosa. No caso de retirada de revestimento antigo, faça a regularização com areia, cimento e adesivo para chapisco Bianco (Otto Baumgart). Segundo André Moral, a impermeabilização do contrapiso é fundamental em todos os locais com água em abundância. “Caso contrário, os revestimentos terão absorção suficiente para gerar infiltrações”, diz ele.

- O que usar para assentar e rejuntar as peças?
Na hora de escolher as argamassas, é indispensável seguir as recomendações do fabricante. André costuma adotar a argamassa AC III. “Aplico em todas as situações, mas, por ter uma colagem mais forte, ela é a mais recomendada em caso de formatos grandes”, explica. Para o rejunte, eleja produtos impermeáveis e antifúngicos, especialmente em áreas como o banheiro. “As versões epóxi são sempre bem-vindas, pois não são porosas e não encardem”, sugere o arquiteto Benedito Toledo Jr., de São Paulo.

- Quem indica o instalador?
Arquitetos e engenheiros que usam cerâmica conhecem instaladores experientes. “Se houver problema de execução, o primeiro responsável é o profissional que comandou a obra”, avisa o engenheiro paulista Marcos Penteado. Alguns revendedores indicam colocadores especializados. “A vantagem é que essas empresas acabam se responsabilizando de alguma forma pelo trabalho malfeito”, completa ele.
COMBINAÇÃO NOTA 10

- Como paginar o piso? O que está na moda? 
Tudo depende do gosto do morador e do projeto, que considera a paginação mais adequada. Onde se quer unidade visual, valem as placas retificadas, de grandes formatos. “Elas estão em alta, especialmente quando trazem um visual que se aproxima de elementos da natureza, como o mármore”, afirma o arquiteto Giovani Bonetti, de Florianópolis. Ao assentar placas na diagonal, perdem-se 15% das peças, enquanto na colocação tradicional perdem-se 10%. “Antes de optar por faixas ou tozetos, tenha a decoração bem definida”, sugere o arquiteto Marlon Gama, de Salvador. “A tendência sempre segue a simplicidade, por isso eu prefiro a paginação reta e sem rebuscamento”, acrescenta ele. Partindo desse princípio, pode-se trabalhar melhor a mistura de materiais. “Cerâmica com madeira é uma composição certeira”, indica Marlon.

- Fica bom colocar peças esmaltadas perto de polidas?
O contraste pode ser interessante e não há nada que impeça o uso. “Se os revestimentos tiverem a mesma cor e o mesmo tamanho, podem ser paginados juntos, independentemente das texturas”, opina Marlon Gama. Sobre a composição de piso e parede, não é obrigatório tudo casado. “Antes, havia a preocupação de o rejunte do piso ser contínuo ao da parede. Hoje, especialmente com a retificação, isso não se faz necessário”, comenta Christiane Alves Ferreira, coordenadora de marketing e produto da Portobello, de Tijucas, SC.

Pequena, a sala com pé-direito duplo criada pela arquiteta paulista Eliana Toledo tem porcelanatos de grande formato (1 x 1 m) para que pareça maior. Inspirado nos mármores clássicos, o Neomarble Modern, da Neostone (R$ 255 o m², na Recesa), se realça com o painel de madeira da parede e recebeu juntas de 3 mm, pois as placas são retificadas (bordas retas). Instalação da Step Revestimentos. Cadeira da Conceito: firmacasa.

Neste lavabo, os arquitetos paulistanos Mariana Teixeira e André Weigand reuniram cerâmicas garimpadas na Azulejos e Pisos Antigos Venones da Silva, que ainda pintou exemplares brancos. Antes da instalação (Cota Construções), as peças foram separadas por tamanho para formar faixas horizontais. “Testamos a composição no chão e numeramos cada uma no verso”, diz Mariana. Espelhos de 15 x 15 cm (Casa do Vidraceiro) também entraram no conjunto. A dupla optou pelo assentamento desencontrado, porque seria impossível alinhar os azulejos também na vertical.

Revestimentos aconchegantes são a aposta da arquiteta carioca Maria Penna, sócia de Bebel Mascarenhas, que adotou nesta parede cerâmicas com cara de madeira. As peças retificadas de 50 x 15 cm (ref. 15 501, da Villagres, de R$ 35 a R$ 40 o m²) permitiram usar junta mínima – massa preta que imita a calafetação de tábuas comuns. Como madeira combina com cimento, Maria revestiu o piso com porcelanato Loft SGR de 45 x 45 cm (R$ 53 o m²), da Portinari.

Nesta cozinha feita para o morador gourmet, os arquitetos paulistas Antonio Ferreira Junior e Mario Celso Bernardes combinaram acabamentos preto e branco, conquistando uma atmosfera masculina. O piso é de porcelanato Monocolor 1 x 1 m, branco thassos, da Colortil (R$ 120 o m², na Dicico). Com tonalidade uniforme e brilho intenso, as placas ajudaram a trazer claridade e ressaltar os armários revestidos de laminado preto (Elgin).

Para disfarçar uma leve diferença de tom entre a bancada de mármore e os acabamentos de piso e paredes, a arquiteta paulista Silvia Pires adotou um truque. “Apliquei faixas de vidro pintado aqui e ali”, explica ela, que espalhou listelos de vidro individuais (2 x 32,5 cm) no boxe e placas inteiras (32,5 x 32,5 cm) entre o espelho. As peças, da Inti, valem R$ 213 cada uma, na Mais Revestimentos. Tanto no piso quanto na parede do boxe, Silvia adotou o porcelanato WE4 natural de 45 x 90 cm (R$ 190 m²), da Eliane. O acabamento sem brilho do material foi eleito por causa da segurança: nesta versão, é menos escorregadio.

Fonte: casa.abril.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário